O Fim do "UI Kit": O que o Schema 2025 do Figma revela sobre Design Systems como infraestrutura de negócio
Por muito tempo, o termo "Design System" (Sistema de Design) foi um sinônimo glorificado para um "UI Kit" ou um "Guia de Estilo": um arquivo no Figma com uma coleção de botões, cores e fontes que os designers usavam para manter a consistência.
11/6/20254 min read


Por muito tempo, o termo "Design System" (Sistema de Design) foi um sinônimo glorificado para um "UI Kit" ou um "Guia de Estilo": um arquivo no Figma com uma coleção de botões, cores e fontes que os designers usavam para manter a consistência. O evento Schema 2025, a conferência global do Figma sobre o tema, veio para sacramentar o fim dessa era.
O grande insight do Schema não é uma nova feature revolucionária, mas a consolidação de uma mudança de mentalidade. O Design System deixou de ser um entregável do time de design para se tornar a infraestrutura central do negócio.
Ele não é mais um "guia"; é o sistema operacional da experiência do cliente. Para empreendedores, é a máquina que permite escalar. Para designers, é a evolução do seu papel para arquiteto de sistemas. E para desenvolvedores, é a ponte que finalmente torna o "handoff" obsoleto.
Vamos dissecar as tendências-chave do evento e o que elas significam na prática.
1. A Revolução dos "Tokens": O Fim da Ambiguidade
O conceito mais importante hoje em Design Systems é o de "Design Tokens". Se você não está familiarizado, este é o pilar de tudo.
O que são? Pense nos tokens como os átomos da sua marca. Eles não são componentes (como um "botão"). Eles são as decisões de design mais básicas, armazenadas como variáveis:
Cor: cor-primaria-500 = #3F51B5
Espaçamento: espacamento-medio = 16px
Tipografia: fonte-corpo-regular = "Inter 16px"
Por que isso importa? Antes dos tokens, um designer dizia: "use o nosso azul". O desenvolvedor inspecionava o Figma, copiava o código hexadecimal #3F51B5 e colava no código. Se a marca decidisse mudar esse azul, o time teria que caçar e alterar esse valor em centenas de lugares no código e no design.
A Mudança: Com tokens, o designer aplica a variável cor-primaria-500 ao botão. O desenvolvedor consome a mesma variável cor-primaria-500 no código. Agora, se a marca quiser mudar o azul, basta alterar o valor do token uma única vez. A mudança se propaga instantaneamente para todo o produto, em todas as plataformas (iOS, Android, Web).
O Schema 2025 deixou claro: o futuro não é sobre desenhar "telas", é sobre arquitetar "sistemas de tokens".
2. A Morte do "Handoff": O Design e o Código Falam a Mesma Língua
O maior gargalo histórico na criação de produtos digitais é o "handoff": o momento em que o designer "termina" o design e o "entrega" (joga por cima do muro) para o desenvolvedor, que precisa "traduzir" as imagens em código funcional. Esse processo é lento, caro e a fonte de 90% dos bugs visuais.
O foco do Figma em ferramentas como Variáveis (a interface para criar tokens) e o Dev Mode (Modo de Desenvolvedor) é projetado para matar esse processo.
Como funciona: O desenvolvedor não precisa mais "inspecionar" um pixel e "adivinhar" a intenção do designer. O Dev Mode mostra exatamente qual token foi usado.
O Resultado: O design deixa de ser uma representação do produto para se tornar a especificação do produto. Design e código passam a consumir a mesma "fonte única da verdade" (os tokens). Para empreendedores, isso significa uma redução drástica no tempo de desenvolvimento, no retrabalho e, consequentemente, um time-to-market muito mais rápido.
3. A IA como a "Guardiã" e "Operária" do Sistema
A IA foi o tópico dominante, mas não da forma que muitos imaginam. No contexto de Design Systems, a IA atua em duas frentes:
A Guardiã (Auditoria): Sistemas de Design crescem e se tornam complexos. A IA é a ferramenta perfeita para auditar seu produto. Ela pode escanear 500 telas e identificar "componentes divergentes" (ex: um botão que está usando um azul que não é o token oficial). Ela se torna a guardiã da consistência da marca.
A Operária (Automação): O trabalho de um time de DS pode ser repetitivo (criar variantes de um componente para dark mode, mobile, etc.). O Schema mostrou um futuro onde o designer pode dar um prompt: "Crie uma versão 'destrutiva' (vermelha) do nosso componente de botão, usando os tokens de cor de 'erro'". A IA executa o trabalho braçal, liberando os humanos para pensar na estratégia e na arquitetura do sistema.
O Que Isso Significa para o Seu Negócio?
Se você é um empreendedor, as lições do Schema 2025 são um guia de investimento:
Pare de pensar em "telas": Se seu time de design ainda está focado em entregar "telas bonitas", você está desperdiçando dinheiro. A mentalidade deve ser a construção de um sistema escalável de componentes.
DS é um Ativo, não um Custo: Um Design System bem-feito não é um "projeto de design". É um ativo de negócio que gera ROI de três formas:
Velocidade: Novas features e produtos são lançados exponencialmente mais rápido (como montar LEGOs).
Consistência: Sua marca é percebida como mais profissional e confiável, pois é idêntica em todos os pontos de contato.
Eficiência: Reduz drasticamente o custo com retrabalho, bugs e desalinhamento entre design e engenharia.
O Schema 2025 provou que o Design System amadureceu. Ele é a fundação sobre a qual produtos digitais modernos, escaláveis e impulsionados por IA serão construídos.
Matéria completa:
https://www.figma.com/blog/schema-2025-design-systems-recap/?utm_source=substack&utm_medium=email
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